Como
faz todos os anos a Pastoral Carcerária da Igreja de Sant’Ana e São Joaquim, em Bacabal, realizou na Unidade de Ressocialização Prisional
(URP), no povoado Piratininga, a Missa de Natal com a participação de detentos
e familiares,
numa grande confraternização que contou ainda com distribuição de lanches
e cestas básicas.
História
A Pastoral Carcerária nasceu com o
próprio Jesus Cristo. Ele mandou que os cristãos visitassem os presos e Ele
mesmo foi um preso. Depois dele, os apóstolos também foram presos, recebiam
visitas e se correspondiam por cartas com os demais cristãos.
Essa solidariedade dos cristãos com
os presos, que hoje chamamos de Pastoral Carcerária, nasceu com o próprio
cristianismo e cresceu espontaneamente, pois onde existisse uma prisão, havia
voluntários visitando os encarcerados.
No entanto, somente na Idade Média, a partir dos séculos XI e
XII, nasceram grupos organizados para visitar e resgatar as pessoas
encarceradas.
Com a expansão do número de cárceres, principalmente, após ascensão
da prisão como principal forma de punição, a Pastoral Carcerária cresceu, uma
vez que ela sempre se compôs de cristãos que se organizam e voluntarizam para o
atendimento às pessoas privadas de liberdade.
No Brasil, embora a existência de grupos de visitação perde-se
no tempo, a Pastoral Carcerária como serviço organizado da CNBB deu passos
decisivos a partir de 1986, quando se realizou a primeira reunião nacional de
que se tem notícia.
A partir de 1988 a coordenação nacional é criada e se iniciam contatos
com organizações nacionais e internacionais, estes por meio do padre Chico, e
passa a canalizar seus esforços para a contestação do sistema penitenciário e
das violações dos direitos de presas e presas.
O massacre do Carandiru em 1992 abriu as veias do sistema
penitenciário. A Pastoral Carcerária que já vinha apontando as frequentes
brutalidades do sistema foi uma importante fonte de informação para aqueles que
desconfiavam dos dados oficiais.
Com o lema: “Cristo Liberta de todas as Prisões”, a Campanha da
Fraternidade sobre os presos de 1997 representou um marco na vida da Pastoral
Carcerária, pois a partir daí houve extraordinária expansão da Pastoral
Carcerária por todo o Brasil.
Durante as rebeliões de maio de 2006 acompanhou de perto os
acontecimentos e apontou os equívocos de uma política estatal minimalista no
reconhecimento dos direitos dos presos e maximalista na criminalização e
repressão aos pobres.
Essa política de segurança pública repressiva e retributiva
levou a Pastoral Carcerária a propor como tema da Campanha da Fraternidade de
2009 a segurança pública para trazer os cristãos e a sociedade em geral a
assumir juntos o compromisso com a paz.