Informa Maranhão

Contato: (99) 982173212 - WhatsApp

CORONA

8 de nov. de 2016

Bacabalense Papete está entre as 30 personalidades do Brasil condecoradas por suas contribuições à cultura

Papete.
Dois maranhenses estão entre os 30 artistas condecorados com a Ordem do Mérito Cultural deste ano, entregue na noite de ontem (7) pelo Governo Federal. O cantor Papete - que morreu em maio deste ano - foi um dos homenageados em memória, assim como Clementina de Jesus, Donga, Ismael Silva e Noel Rosa. Além deles, o poeta Ferreira Gullar também recebeu o grau máximo de grão-cruz. A grande homenageada da noite foi Dona Ivone Lara, uma das pioneiras na composição de sambas-enredos.
Durante o evento, o presidente Michel Temer anunciou a renovação por mais cinco anos da Lei do Audiovisual. Segundo ele, com a prorrogação os benefícios vão valer até 2022. “Aumentamos em mais de 40% o orçamento destinado ao ministério da Cultura em 2017, apesar do momento de arrocho, de aperto”, disse Temer.
Após a cerimônia, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, explicou que a ampliação do orçamento do ano chega “muito próximo” de repor o que foi cortado pelos contingenciamentos promovidos nos anos anteriores pelo governo federal. Segundo ele, em breve será lançado um projeto chamado Bibliotecas do Amanhã. “Acho que nós conseguimos apresentar ao presidente Temer, que esteve muito sensível às nossas demandas, uma série de planos e projetos para o ano que vem, desde o fortalecimento da Funarte [Fundação Nacional das Artes], passando pelas questões da Lei do Audiovisual. Foi um conjunto de ações que eram merecedoras de maior atenção orçamentária”, defendeu Calero.
Papete
Nascido na cidade maranhense de Bacabal, no dia 8 de novembro de 1947, José de Ribamar Viana, o Papete, foi um importante percussionista, cantor, compositor, arranjador, produtor e pesquisador musical.

Estudou no Colégio Marista Maranhense. Anos depois, foi estudar reportagem fotográfica em São Paulo, mas a música falou mais alto: tocou por sete anos na casa de shows Jogral. Mesmo fora de sua terra natal, tornou-se um grande divulgador da cultura maranhense.

Papete também trabalhou como produtor, pesquisador e arranjador na conceituada gravadora
Discos Marcus Pereira. Esse selo era especializado em lançar álbuns voltados a ritmos da cultura popular brasileira.

Sua carreira internacional também alcançou status respeitável. Participou três vezes do renomado Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, em que o posicionaram como um dos três melhores percussionistas do mundo.

O músico de Bacabal tocou com grandes nomes da música popular brasileira, das mais variadas vertentes, como Paulinho da Viola, Miúcha, Marília Medalha, Chico Buarque, Sá & Guarabira, Toquinho e Vinicius de Moraes, Almir Sater, Rita Lee, Renato Teixeira e Martinho da Vila. Acompanhou ainda artistas internacionais, como o saxofonista japonês Sadao Watanabe, um dos grandes nomes do jazz.

Morreu no dia 26 de maio de 2016, aos 68 anos.
Ferreira Gullar.
Ferreira Gullar
Poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, ensaísta, memorialista, membro da Academia Brasileira de Letra (ABL). Rica é a trajetória literária do maranhense Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, nascido em São Luís, no dia 10 de setembro de 1930.

O artista maranhense é um dos 11 filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart. Na carreira artística, adotou o sobrenome Ferreira, do pai, e modificou o Goulart francês da mãe para Gullar. "É um nome inventado. Como a vida é inventada, eu inventei meu nome", disse certa vez.

Ferreira Gullar integrou o grupo literário da revista Ilha, que lançou o pós-modernismo no Maranhão. Depois, morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo considerado extremamente inovador e escrevendo seus textos em materiais como placas de madeira.

Em 1956, participou da exposição que foi considerada marco oficial do início da poesia concreta. Três anos depois, afastou-se dessa corrente e criou o neoconcretismo, que valorizava a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.

No começo dos anos 60, rompeu com mais esse movimento por considerar que o neoconcretismo levava ao abandono entre palavra e poesia. Passou para uma produção engajada e envolvida com os Centros Populares de Cultura (CPCs).

Ferreira foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e terminou exilado pela ditadura. Na Argentina, escreveu uma das obras-primas da língua portuguesa, o Poema Sujo, que teve, entre seus entusiastas e divulgadores, o diplomata Vinicius de Moraes. A carreira de Ferreira Gullar reúne uma série de reconhecimentos, como o Prêmio Molière, de teatro, e Saci, de cinema e teatro, uma indicação ao Prêmio Nobel de Literatura de 2002, o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção, em 2007, e o Prêmio Camões, em 2010.

Sobre a Ordem do Mérito Cultural

Criada por decreto, em 1995, e outorgada pelo Ministério da Cultura (MinC), a OMC já premiou mais de 500 protagonistas do desenvolvimento cultural brasileiro, como Athos Bulcão, Ariano Suassuna, Luis Gonzaga, Milton Nascimento, Tomie Ohtake e Vinicius de Moraes.

A premiação é anual e a escolha é feita por meio de seleção entre nomes previamente indicados pelo público em formulários disponibilizados nos canais digitais do Ministério da Cultura (MinC) ou pelos Correios. As sugestões são avaliadas pelo Conselho da Ordem do Mérito Cultural, presidido pelo ministro da Cultura, Marcelo Calero, e também integrado pelos ministros das Relações Exteriores, José Serra, da Educação, Mendonça Filho, e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab. (Com informações do O Estado e Assessoria de Comunicação Ministérioda Cultura.