Carlos Gusmão e Leonardo Lacerda deverão continuar nos cargos que ocupam atualmente, caso Zé Alberto faça o sucessor. |
Depois que anunciou sua
desistência em concorrer à reeleição o prefeito de Bacabal tem vivido um
infernal astral. Além de ser rejeitado dentro do próprio grupo político que
apoia e é financiador, Zé Alberto (PRB) viu seu maior investimento político - o
deputado Alberto Filho (PMDB) - perder a titularidade do mandato e passar a ser
suplente, sujeito a ter que deixar a Câmara Federal a qualquer momento,
bastando para isso que o titular Sarney Filho (PV) resolva deixar ou seja
tirado do Ministério do Meio Ambiente, pasta que passou a ocupar quando Michel
Temer assumiu interinamente o governo.
Para piorar, Paulo Roberto Sousa Veloso – prefeito do município de PIO XII e sobrinho de Zé Alberto – foi afastado do cargo por
Ato de Improbidade Administrativa em face da constatação de "funcionários
fantasmas" na folha de pagamento da prefeitura, entre os quais parentes do
prefeito e dos secretários.
Mesmo convivendo com todos
esses solavancos políticos o prefeito de Bacabal resiste e agora tenta não sair
do cargo com as mãos abanando. Quer eleger pelo menos 8 candidatos a vereador
(contando com os “seus” que já estão na Câmara e disputam a reeleição).
E Zé Alberto quer mais, exige
uma contrapartida para manter a infraestrutura do município a serviço de Zé
Vieira (PP), candidato que apoia.
Pelo menos por enquanto o
prefeito Já tem duas garantias: as permanências do professor Carlos Gusmão na
educação e Leonardo Lacerda no Saae.
Coação
O caso de Carlos Gusmão
foi afirmado por ele mesmo durante reunião com servidores contratados e
diretores da pasta. Em uma gravação de áudio feita sem seu conhecimento e
repassada para à imprensa, o secretário revela os baixos índices do nome de Zé
Alberto nas pesquisas feitas na pré-campanha e que motivaram sua desistência.
Professor Gusmão conta que
em uma reunião entre o atual prefeito, o deputado estadual Carlinhos Florêncio
e o próprio Zé Vieira, foi dito para Zé Alberto escolher qualquer secretaria,
mas, porém, a educação já estava garantida. “Dito
isso, eu quero dizer para vocês que o prefeito vai apoiar Zé Vieira e o
Florêncio, e nós como grupo iremos apoiar também, mesmo sabendo que aqui há
pessoas que não vão conosco.
Na conversa professor
Gusmão deixa claro e, em tom de ameaça, diz que se alguém for apoiar o outro
lado [Roberto Costa] não poderia continuar com eles. Como, de acordo com a lei
eleitoral, não seria mais possível demitir os servidores, o secretário sugeriu
que os mesmos pedissem exoneração dos cargos. “É
um pedido que eu estou fazendo para vocês amigavelmente. Agradeço quem for sair. OUÇA O ÁUDIO DA CONVERSA.
Caso de família
A situação do atual
diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bacabal é diferente. Não há
informações que Leonardo Lacerda tenha tentado coagir funcionário daquela
autarquia ou mesmo forçado a pedir demissão caso não apoie o candidato do
prefeito. A sua permanência no cargo, caso Zé Vieira [ou alguém que lhe
substitua] vença a eleição, foi costurada entre Zé Alberto, Zé Vieira e o
empresário Gilberto Lacerda.
Nesta decisão foi levado
em conta, entre outras coisas, os laços afetivos que há entre as famílias
Vieira e Lacerda - um neto de Zé Vieira é casado com uma das irmãs do atual
diretor do Saae.