Na
manhã deste sábado (30) o Partido Progressista fez convenção para homologar o
nome de José Vieira Lins como candidato a prefeito de Bacabal, assim como dos
candidatos que disputarão o cargo de vereador. Além do PP, outras legendas
também reuniram seus convencionais no Clube Vanguard, dentre eles o PHS, que
indicou Florêncio Neto (atual vereador) como candidato a vice-prefeito.
O
evento não teve o sucesso esperado e muito menos contou com a presença
anunciada do governador Flávio Dino, apesar do Partido Comunista do Brasil, ao
qual faz parte, está inserido na aliança - chamada de consórcio -, criada com o
objetivo de retornar o ex-prefeito Zé Vieira ao comando do município.
Da
mesa oficial participaram os deputados Carlinhos Florêncio (estadual/PHS) e
André Fufuca (federal/PP), além de um grupo de vereadores ditos "do
prefeito" que se juntaram à aliança após Zé Alberto Veloso (PRB) anunciar
sua desistência em concorrer à reeleição.
Boa parte dos presidentes de partidos e pré-candidatos a vereador foi obrigada a se pronunciar quando as principais autoridades ainda sequer estavam presentes.
A
ausência de Flávio Dino não foi a única notada, já que por lá também não
apareceram o empresário César Brito (PPS), que até há poucos dias era cotado
para ser o nome indicado como vice; e o ex-prefeito Dr. Lisboa, amigo pessoal e compadre de Zé Vieira.
Mas,
a grande surpresa mesmo ficou por conta da ausência da ex-candidata a deputada
estadual Patrícia Vieira (PROS), nada mais nada menos do que esposa do candidato
a prefeito e futura primeira-dama de Bacabal, em caso de vitória. Vale lembrar
que Patrícia Vieira, diferente do que prometeu, não transferiu seu título
eleitoral de volta para Bacabal, continua como eleitora da capital e,
consequentemente, não votará no esposo.
Em
seu pronunciamento Zé Vieira, que neste sábado (30) completou 82 anos de idade,
criticou a situação de Bacabal, mas eximiu o atual prefeito de qualquer culpa.
No entendimento dele, Zé Alberto foi perseguido e não deixaram ele trabalhar. O
ex-prefeito repetiu que não precisa roubar o dinheiro da prefeitura porque tem
com o que viver e narrou alguns dos seus feitos na época que administrou o município por oito anos.
Comparou
a função de prefeito com a de vaqueiro. "Quem
diz o que o vaqueiro faz na minha fazendo sou eu, assim o povo tem que fazer com o
prefeito".
Zé
Vieira arrancou risadas e ao mesmo tempo deixou alguns constrangidos ao bradar que não iria ser prefeito para
comprar fazenda e dizer que rico é rico.
"Quem vai pegar o dinheiro vai ser só o gerente, que sou eu, não vai ter
gente comprando casa bonita e dizendo que rico é rico".
O
ex-prefeito reclamou da organização do evento em função de haver algumas
pessoas em pé em sua frente e falou muito pouco sobre sua pendência jurídica
que o fez protocolar na Justiça uma petição buscando atribuir efeito suspensivo a
penalidade que lhe foi aplicada pelo Tribunal de Contas da União, até que tenha
trânsito em julgado: tendo em vista o
perigo de dano irreversível diante da possibilidade de produção dos efeitos dos
acórdãos proferidos pelo Tribunal de Contas da União nos autos das Tomada de
Contas Especiais nº 010.397/2006-8, nº 020.503/2004-0 e nº 006.553/2006-8, nos
quais houve violação ao devido processo legal.
No
dia 22 de junho o desembargador Federal Kassio Marques deferiu o pedido de
atribuição de efeito suspensivo e Zé Vieira passou a se sustentar nessa liminar
que pode vir a ser "derrubada" ou mesmo mantida a penalidade do TCU,
o que tiraria dele e de seu companheiro de chapa o direito de assumir as
funções de prefeito e vice-prefeito em caso de vencer a eleição.
EM TEMPO: Na convenção o atual prefeito de
Bacabal e o deputado federal Alberto Filho não foram vistos, mas, em
compensação, haviam muitos dos seus assessores e servidores públicos
contratos da prefeitura.