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22 de mar. de 2016

PAULINHO LAGO: Morre renomado jornalista e professor bacabalense fundador da Associação Brasiliense dos Blogueiros de Política

Como o Blog do Zé Lopes já havia divulgado, o bacabalense Francisco Paula Lima Júnior faleceu na manhã desta terça-feira (22),  no Hospital Daher, em Brasília-DF. Filho de Di Paula Lima e Maria do Socorro Lago, irmã dos saudosos Bete Lago (ex-deputado estadual) e do ex-governador do Maranhão Jackson Lago, Paulinho Lago, como era conhecido pelos seus conterrâneos, lutava contra um câncer.

Paulinho era irmão do médico Dr. Jackito Lago e do advogado Dr. Raimundinho Lago. Seu corpo foi velado durante todo o dia no Campo da Esperança e sepultado às 16 horas, em Brasília, onde estava radicado há 32 anos.

Em nota, a ABBP lamenta a morte de seu presidente. “Sua perda é irreparável, mas seu legado ficará para sempre marcado no jornalismo e no coração de cada familiar, aluno e amigo”. Descanse em paz, querido presidente!

Graduado em Jornalismo pelas Faculdades Icesp, no DF, e Pós-graduado em Ciências Políticas pela Universidade de Brasília (UnB), Paulinho Lago acompanhou todos os momentos políticos do país desde 1983 de dentro do Congresso Nacional. Assessor Parlamentar, Sub-Chefe de Gabinete e Chefe de Gabinete Parlamentar desde 1984 na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em períodos distintos, até o ano de 2007.

O jornalista Abel Carvalho conheceu e conviveu com Paulinho. Em seu blog ele reproduzia semanalmente artigos escritos pelo colega no blogdoprofessorchico.com.br

A estranha sina de perder amigos


Jurei jamais voltar a escrever obituários, até escrevi isso em um poema. Nós chegamos a um estágio, a um ponto cronológico de nossas vidas aonde as perdas são maiores que as nossas conquistas.  Nunca me relacionei bem com a morte, embora a respeite sem temer. Não a cultuo, entretanto não a compreenda e nem a aceite. 

Tenho 58 anos, Paulinho Lago 48, espaço que nunca nos separou, embora tenhamos ficado distantes um certo tempo.  Ponho-me a me repetir neste momento: quem mais, aqui nesse fim de mundo que é a cidade de Bacabal, me estimularia a ler o Livro Verde de Ghadafi ou a Constituição do Irã de Khomeini, Entre outros do gênero?

Paulinho conseguiu isso, embora também bebêssemos e aborrecêssemos o Nélson na Pitzaria Blitz o obrigando a trazer o único litro de vinho que podíamos beber em um carrinho de empurrar. Sobrava um trocadinho para a pizza. Éramos intelectuais em um mundo ermo.

Paulinho nasceu para viver em Brasília, não para morrer em Brasília. Que ironia! Mas o tempo em que viveu brilhou... brilho fugaz.

Mas com ele já em Brasília, assessor do tio deputado Wagner [Lago], eu realizei o meu maior devaneio intelectual: trazer o bacabalense Papete - que hoje também convalesce de um problema similar -, de Roterdã, na Holanda, para São Paulo e de São Paulo para São Luís e, Bacabal, para desfilar na Escola de Samba Unidos do Bairro da Areia.

Ganhamos aquele carnaval...

Nos desencontramos um tempo para nos reencontrarmos na modernidade virtual.

Paulinho jornalista e professor. Eu interroguei estupefato: - jornalista e professor? Ele respondeu: - por tua causa e motivação.

É claro que eu esbravejei, não pelo jornalista, mas pelo professor profissão que já abandonei. E disse: tu és doido... jornalista e professor?

Ele apenas sorriu e me contou um pouco da história que construiu recentemente...

Stephen Hawkins construiu a teoria de que não existe a vida após a morte e que o Céu e o Inferno são uma invenção para quem tem medo de escuro, não que eu creia.  Mas, hoje, tenho que aceitar o que canta Pearl Jam, e acreditar Paulinho, que existe um outro lado e que - um dia -, nos encontraremos lá. Afinal, somos poetas.

Só lamento, amigo, que eu ainda tenha um último epitáfio para escrever.