A Polícia
Civil do Maranhão já identificou dois suspeitos de participação no linchamento de
Cleidenilson Pereira da Silva, de 29 anos, na última segunda-feira (7), no
bairro Jardim São Cristóvão, em São Luís. De acordo com o delegado Jeffrey Furtado,
foi encontrado sangue nas maçanetas de residências perto do local do crime. Os
donos dessas casas deveriam ser convocados a prestar depoimento ainda nesta
quarta-feira (8). O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da capital
maranhense, que ainda apura a participação de outras pessoas no espancamento
que levou o homem, que havia tentado assaltar um bar, à morte. Nesta quarta-feira
(8), a polícia realizou novas diligências próximas ao local do crime para
tentar identificar outros suspeitos.
De acordo
com a polícia, os responsáveis pelo crime serão indiciados por homicídio doloso
— quando há a intenção de matar — qualificado, já que a vítima não teve
condições de se defender. Cleidenilson teve as mãos, o quadril e os pés
amarrados em um poste, teve as roupas arrancadas, e foi agredido com socos,
chutes, pedradas e até garrafadas. Ele morreu no local, por hemorragia.
— Não é
porque uma pessoa é traficante, homicida, seja o que for, que a população pode,
usando suas próprias razões, matá-la. Isso é totalmente contra a lei. As
pessoas que participaram deste fato são passíveis de responder pelo crime de
homicídio — explica o delegado Jeffey Furtado.
Um
adolescente que acompanhava Cleidenilson no assalto também foi agredido por
pedestres que conseguiram imobilizar a dupla, mas teve apenas escoriações. Ele
foi encaminhado à Delegacia do Adolescente Infrator e, depois de prestar
depoimento, foi liberado. Com ele, a polícia apreendeu um revólver calibre 38.
O corpo de
Cleidenilson foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de São Luís. Até o
momento, não há previsão de sepultamento. O linchamento do assaltante não é
caso isolado no estado do Maranhão. Em uma busca em
sites de notícias da região, o Jornal EXTRA encontrou, desde janeiro de 2014, outros
nove casos de justiçamento que
terminaram em morte, no interior e na capital. Em 2015, já houve quatro
assassinatos.