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24 de jul. de 2015

MARANHÃOZINHO: Políticos são declarados inelegíveis por compra de votos

Informações do Ministério Público do Maranhão

A Justiça Eleitoral declarou, no dia 14 de julho, inelegíveis por oito anos o prefeito e o vice de Maranhãozinho, José Auricélio de Morais Leandro e Raimundo Tarcísio de Lima, por compra de votos na eleição de 2012. A decisão atinge, ainda, o ex-prefeito Josimar Cunha Rodrigues, conhecido como Moral da BR, atual deputado estadual, que à época estava à frente da administração municipal. 

A pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), os atuais gestores municipais tiveram seus mandatos cassados, mas a Justiça os manteve nos cargos até o julgamento final da Ação de Investigação Judicial Eleitoral.

Segundo a denúncia do MPE, os acusados praticaram captação ilícita de sufrágio ao distribuir materiais de construção e outros benefícios aos eleitores. Além disso, eles utilizaram veículos da Prefeitura de Maranhãozinho para entregar parte do material. 

Investigação

Durante a investigação, iniciada com base na denúncia de uma eleitora, foi constatada grande quantidade de materiais de construção na frente das casas e com propaganda de apoio ao atual prefeito e vice. 

O Poder Judiciário expediu mandado de busca e apreensão, em 5 de outubro de 2012, nos estabelecimentos Santa Rosa Construções, Casa Rodrigues, AP Construções e Casa Rodrigues, além da residência de Jiordana Pamela de Sousa Rocha, funcionária da Prefeitura de Maranhãozinho acusada de operar o esquema de compra de votos. 

Na casa da servidora municipal, foram apreendidos um computador e um caderno, contendo nomes e endereços de eleitores que receberam materiais de construção, com a descrição do número de tijolos, telhas, sacos de cimento e referências aos dias de visita.

Em nova apreensão na Casa Rodrigues, em 1º de novembro, foi localizado um caderno de anotações com o nome “Auricélio” na capa, contendo 253 notas fiscais série D e 47 notas de entrega com carimbo de pagamento do Comercial Duarte. 

Segundo a denúncia do promotor de justiça eleitoral Hagamenon de Jesus Azevedo, que à época atuava na 101ª Eleitoral, o candidato José Auricélio realizou, durante a campanha, visitas a diversas residências de eleitores, sempre acompanhado de Jiordania Rocha. Ela tinha a função de anotar as solicitações dos eleitores e os pedidos de vantagens pessoais.

Para averiguar a compra de votos, o MPE ouviu os eleitores da lista apreendida, e estes confirmaram o recebimento de materiais de construção e as promessas que seriam atendidas após a votação. 

Ao deporem na sede do Ministério Público, a maioria dos eleitores foi acompanhada de um advogado da Prefeitura de Maranhãozinho, constrangendo-os nos depoimentos. Duas testemunhas negaram, na presença do promotor eleitoral, que tivessem contratado o advogado.

O MPE também comprovou que a Casa Rodrigues, de propriedade de Claudenir Sousa Rodrigues, foi fornecedora de materiais de construção para a Prefeitura de Maranhãozinho, em todas as gestões de Josimar Rodrigues. Ele foi prefeito por três vezes. 

Além da decretação de inelegibilidade, a promotora de justiça Laura Amélia Barbosa, atual titular da Comarca de Governador Nunes Freire, da qual Maranhãozinho é termo judiciário, também pediu ao Poder Judiciário a condenação do ex-prefeito por abuso de poder econômico e político. (Informações de Johelton Gomes / MPMA).

E mais

Nas eleições de 2014, enquanto todos imaginam que Dr. Lisboa, então candidato a deputado federal, faria uma dobradinha com Carlinhos Florêncio, que disputava a reeleição, o ex-prefeito de Bacabal surpreendeu a todos ao definir que votaria e pediria votos para Josimar Rodrigues. Ludibriado, o Moral da BR investiu alto, mas abertas as urnas ele pôde constatar o óbvio, apesar da enxurrada de dinheiro e das promessas de muitos votos, ele só obteve 983, muito aquém do imaginado.

Como se deu a frustrada aliança

Josimar Rodrigues é amigo pessoal do engenheiro Mauro Rogério, responsável pela execução da obra do Sistema de Esgotamento Sanitário que está sendo implantado em Bacabal desde a administração Lisboa. Para quem não se recorda era "Mauro da Hidraele", como ele é mais conhecido, quem intermediava a relação Dr. Lisboa/Pacovan. Foi Mauro, inclusive, que "convenceu" o ex-prefeito a entregar ao agiota uma fazenda, localizada no povoado São Paulo Apóstolo, para quitar dívidas de agiotagem.

Como Mauro da Hidraele tem relações estreitas com os ex-prefeitos de Bacabal e de Maranhãozinho, é provável que ele tenha sido o elo de ligação entre os dois.