“O Serviço Autônomo de
Água e Esgoto de Bacabal (SAAE), não será cedido, privatizado ou vendido... não
existe nenhum projeto ou modelo de proposição a ser encaminhada para a câmara
de vereadores objetivando extinguir o órgão”.
Quando o atual
diretor do órgão recorreu à imprensa para fazer esse “esclarecimento” talvez
tenha sido parte da nova estratégia adotada pelo poder público municipal,
interessado no projeto, de acalmar os ânimos da população e da própria
imprensa, além de blindar os vereadores que, até então, se mostravam propensos
a defender e votar a favor da privatização, concessão ou extinção do SAAE/Bacabal.
Se essa foi mesma a intenção, na
sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (13) na Câmara Municipal, ficou
evidente que não funcionou e, podemos dizer, acabou entornando o caldo de vez.
Como se não bastasse a presença de
populares na galeria do legislativo bacabalense protestando contra a idéia, uma
votação simbólica colocada em plenário pelo vereador Gleydson Santos (PSD)
pegou alguns colegas de calças curtas, mas
pôs fim em uma das maiores e mais importantes dúvidas, ou seja, quem seriam os
vereadores a favor e quais seriam contra a aprovação de qualquer projeto que
visa tirar do município a prestação do serviço de água e esgoto ou a extinção
do SAAE.
Como
se pode ver no vídeo abaixo, tão somente dois vereadores, Rogério Santos (PPS) e
Professor Maninho (PMDB), se mantiveram sentados quando foi solicitado que se
levantasse quem fosse contrário o “projeto”.
Como
se pressupõe que nosso poder legislativo é composto por homens e mulheres de
bem e que não se sujeitariam a brincar com coisa séria, se chega a conclusão
que definitivamente foi por água abaixo qualquer que seja a pretensão da
prefeitura no que tange a negociar o SAAE.
Na
Constituição de 1988, logo no Artigo 1º,
parágrafo único, deixa claro: “Todo
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”. Portanto,
fica a lição para aqueles que imaginam que ainda há espaço em nossa sociedade
para a prática do “QUERO, POSSO E MANDO”.
Entretanto, não quero
com isso dizer que baixaremos a guarda e não continuaremos vigilantes para esse
ou qualquer outro plano sorrateiro que visa tão somente dilapidar o patrimônio público
ao bel prazer de quem quer que seja, como se nessa cidade não houvessem cidadãos e cidadãs de bem
dispostos a defender, a qualquer
custo, o que foi construído com muito suor ao longo de quase um centenário de existência de Bacabal.