Ricardo (em destaque) e a vítima Glaucivanda |
A Sessão do Juri marcada para acontecer
na manhã desta terça-feira (24) e que levaria ao bando dos réus o jovem Ricardo
Silva Carvalho, 22 anos, acusado de assassinar sua ex-companheira Glaucivanda
Sousa Costa, de 18 anos, foi adiada para o dia 7 de abril desse ano.
O que surpreendeu a todos, inclusive os
familiares da vítima que clamam por justiça, foi o motivo alegado. De acordo
com ofício da direção da Unidade Prisional de Coroatá, encaminhado ao Juiz de
Direito João Paulo de Mello (titular da 4º Vara da Comarca de Bacabal), o
custodiado Ricardo Silva Carvalho não pode ser trazido ao nosso município em
razão da viatura daquela unidade não oferecer segurança e os agentes não dispor
de armamento adequado para fazer a escolta do réu.
Tal fato causou grande indignação em
todos os presentes.
Relembre o caso
O crime aconteceu por volta das 21horas
do dia 30 de setembro de 2013, na rua José Bonifácio, em Bacabal, quando o
acusado deixava a vítima em casa, depois de um encontro. Após Glaucivanda
descer da garupa da motocicleta Honda/Biz, cor vermelha, de placa HPU 9898,
Ricardo que Ricardo pilotava, repentinamente, num ataque de raiva e fúria, e de
posse de uma faca o mesmo lhe desferiu sete golpes.
No momento do crime a vítima estava com
o filho do casal no colo, uma criança que na época tinha apenas 1 ano e 7 meses
de vida.
Enquanto era golpeada, a todo instante
Glaucivanda pedia ao companheiro que não fosse morta, pois o amava muito. Infelizmente,
os pedidos de clemência não conseguiram impedir o ímpeto criminoso de Ricardo.
O crime aconteceu na porta da residência
de Gleiciele de Sousa, irmã da vítima, que tinha se mudado após a separação. A
irmã da vítima a tudo assistiu sem nada poder fazer.
Após o homicídio o acusado fugiu sendo
preso posteriormente.
Glaucivanda ainda chegou a ser
socorrida e dá entrada na emergência do Pronto Socorro Municipal de Bacabal com
vida, porém, não resistiu às gravidades dos ferimentos, vindo a óbito. Segundo
informações, o casal tinha um relacionamento de quatro anos, e que há dois anos
conviviam sob o mesmo teto.
A mãe do acusado relatou que a relação
sempre foi regada a constantes brigas e agressões mútuas, e que Glaucivanda havia
resolvido se separar de Ricardo, indo morar com a irmã.
Testemunhas afirmaram que mesmo com a
separação, o casal continuava se encontrando às escondidas, porém, a vítima não
demonstrava mais interesse em conviver com Ricardo, que não aceitava o fim da
relação, o que pode ter motivado a ira do homicida.
Após matar Glaucivanda, o acusado ainda
teria mandado várias mensagens para o celular da mesma, sempre em tom de
deboche. A vítima já teria anteriormente recebido muitas outras mensagens
ameaçadoras.
Após tomar conhecimento do homicídio, o
Serviço de Inteligência do 15º BPM caiu em campo com o objetivo de
localizar e prender o acusado. As buscas perduraram por toda noite do dia do
crime, quando a policia descobriu que o acusado estaria na cidade de Olho
D’Água das Cunhãs de onde empreenderia empreender fuga para outro Estado,
provavelmente o Piauí.
Com ele foi encontrada uma folha
rabiscada com vários números de telefones e até um endereço na cidade de
Teresina. Também foi apurado que durante o tempo que perdurou a fuga, o acusado
manteve inúmeros contatos telefônicos com amigos e com a sua mãe. Que pediu
para que vendessem a sua moto e que após a venda lhe enviassem o dinheiro para
que fugisse para mais longe.
Por volta das 04h da manhã do dia 31 de
setembro daquele ano, uma equipe composta pelos tenentes PM Araújo e Nóbrega, e
ainda sargento Portela e cabo Do Vale, com informações precisas do Serviço de
Inteligência, seguiu em dois veículos descaracterizados para a cidade de Olho
D’Água das Cunhãs a fim de localizar e prender Ricardo.
Diligencias foram feitas em toda a
cidade e somente por volta das 11h, Ricardo foi localizado num posto de
gasolina, onde aguardava um carro para empreender fuga. A polícia agiu
rapidamente não dando chances de reação e fuga para o acusado.
Ricardo confessou o crime, disse que
estava arrependido, que a fuga era para fugir do estado de flagrante e que
posteriormente se apresentaria. O acusado disse não lembrar detalhes do fato e
também não soube informar onde teria deixado a faca utilizada no crime.
Ricardo foi trazido para a cidade de
Bacabal e apresentado na Delegacia Regional de Polícia Civil. Além de
documentos pessoais foi encontrada com Ricardo a importância de R$ 166,00 (cento
e sessenta e seis reais).